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Inflação: O que é efeito Cantillon e como essa teoria é importante para a nossa economia?

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 13/01/2023 às 17:53
O que é efeito Cantillon e como essa teoria é importante para a nossa economia?
O que é efeito Cantillon e como essa teoria é importante para a nossa economia? (Foto/divulgação)
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Você já ouviu falar do efeito Cantillon? Richard Cantillon foi um economista franco-irlandês conhecido pelo efeito Cantillon e autor do grande livro Essai sur la Nature du Commerce en Général (Ensaio sobre a Natureza do Comércio em Geral). Cantillon fez grandes contribuições para a economia, com sua principal obra Essai sur la Nature du Commerce en Général.

Suas contribuições no efeito Cantillon incluem: sua metodologia causal, teoria monetária, seu conceito de empreendedores como tomadores de risco e o desenvolvimento de economias espaciais.

Os escritos tiveram grande influência sobre nomes fundamentais no desenvolvimento do pensamento econômico, entre eles: Adam Smith e os principais nomes dos fisiocratas Anne Turgot e François Quesnay. Eu poderia me aprofundar na história desse importante pensador, mas vou me concentrar em uma de suas teorias mais importantes, o Efeito Cantillon.

O Efeito Cantillon na prática e uso dele na economia atual

O nome do efeito Cantillon é uma homenagem de Blaug a Richard Cantillon, o criador da teoria. Acontece que, ao contrário do que muitos acreditam, os preços não sobem automaticamente quando a oferta monetária aumenta, muito menos por um valor equivalente.

O que realmente acontece dentro do efeito Cantillon é que o poder de compra daqueles que recebem o novo dinheiro primeiro aumenta temporariamente, enquanto o poder de compra daqueles que recebem o dinheiro por último diminui um pouco.

O poder de compra da pessoa que acaba recebendo o dinheiro ficará muito reduzido. Os preços também não sobem tão uniformemente quanto muitos pensam, porque aqueles que recebem seu dinheiro primeiro gastam em bens específicos, fazendo com que os preços de alguns bens e serviços subam mais do que outros.

A economia mundial suportou mais de uma década de política monetária agressiva – uma política que ainda não se mostrou eficaz devido às intervenções do banco central e à falta de uma solução clara para sair da crise. Acrescente a isso meio século de moeda fiduciária, e o impacto de qualquer ação na oferta e demanda de dinheiro é mais importante hoje do que nunca.

Muitas pessoas acreditam na neutralidade do dinheiro, o que significa que o dinheiro não afeta a economia no longo prazo. Isso é muito contextualizado por alguns autores, e para mim o que deveríamos estar pensando é a “neutralidade dinâmica” da moeda: inicialmente pode não afetar as coisas, mas no longo prazo se a injeção de moeda na economia for muito grande, é quase impossível não ter efeitos prejudiciais no futuro.

De certa forma, o efeito Cantillo é até direto. Tudo começa com um aumento na oferta monetária – como estamos vendo agora com Jerome Powell e as impressões digitais do Fed – e quem recebe o dinheiro primeiro.

A adição de dinheiro muda a distribuição de renda em favor daqueles que recebem o novo dinheiro pela primeira vez – no caso atual, grandes bancos cooperativos e empresas detentoras de títulos corporativos estão de alguma forma sendo “resgatados” pelo Federal Reserve. Cantillon notou que se o novo dinheiro chegasse aos poupadores, as taxas de juros cairiam, mas se o novo dinheiro chegasse aos consumidores, as taxas de juros aumentariam, pois, os empresários precisariam tomar mais empréstimos para atender à crescente demanda por bens.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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