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Início Imbróglio da Sete Brasil Estaleiros está chegando ao fim e obras inacabadas serão retomadas

Imbróglio da Sete Brasil Estaleiros está chegando ao fim e obras inacabadas serão retomadas

8 de fevereiro de 2019 às 09:35
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Dois semi-submersíveis e um par de navios-sonda para venda com lances esperados para 28 de fevereiro ajudarão a retomar obras e diminuir de dívidas da Sete Brasil

A Sete Brasil, empresa brasileira de fretamento de navios, lançou uma licitação para a venda de suas quatro unidades de perfuração em águas ultraprofundas. Isso poderia potencialmente pôr fim a um imbróglio que custou bilhões de dólares para estaleiros, subcontratados, bancos de investimento, fundos de pensão e a Petrobras. A Sete Brasil espera receber ofertas em 28 de fevereiro para as plataformas semi-submersíveis Urca e Frade e os navios-sonda Arpoador e Guarapari.

As regras da licitação estabelecem que apenas empreiteiras de perfuração com experiência em águas profundas podem concorrer e não devem ser impedidas de assinar contratos com a Petrobras para participar da licitação.

Os semi-submersíveis Urca e Frade estavam sendo construídos no estaleiro BrasFels, no Rio de Janeiro, quando o projeto Sete Brasil começou a desmoronar.

O estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo, foi responsável pela construção dos navios-sonda Arpoador e Guarapari.

Os licitantes têm a opção de enviar ofertas para a aquisição das quatro plataformas em um único pacote ou no mínimo duas unidades, desde que o par seja do mesmo estaleiro.

O licitante vencedor também será responsável por todos os investimentos necessários para concluir a construção das plataformas.

Avanço dos obras

O último relatório da frota da Sete Brasil, a partir de junho de 2016, época em que as unidades já haviam sido paradas, apresentou avanço físico de 89,96% na construção da Urca, seguido por 84,76% no Arpoador, 74,21% em Guarapari e 69,09% em Frade

“Apesar dos custos e da possibilidade de adicionar ainda mais unidades a um mercado que já está com excesso de oferta, os termos do acordo que ajudará a reestruturar a Sete Brasil podem ser atrativos para os proprietários de plataformas”, disse uma fonte.

Como parte do acordo aprovado pelos credores da Sete Brasil no ano passado, cada uma das quatro sondas serão afretadas pela Petrobras por um período de 10 anos por um valor diário de 299.000 dólares, embora a gigante petrolífera não tenha dito quando espera que as unidades comecem a operar os contratos.

A Petrobras está reduzida a uma frota de apenas 13 sondas, mas está em processo de fretamento de novas unidades para trabalhar nos campos de pré-sal de Mero e Lula.

A Sete Brasil já havia feito parcerias com seis empreiteiras de perfuração – Seadrill, Ocyan, Etesco, Odfjell, Petroserv e Queiroz Galvao Oil & Gas (agora Constellation Oil Services) – para operar suas plataformas.

Essas alianças não estão mais em vigor após o colapso da Sete Brasil devido o escândalo de corrupção da Lava Jato, e ainda não se sabe se alguma dessas empresas, ou outros operadores de plataformas como a Transocean, Ensco ou Diamond Offshore, estariam dispostas a juntar-se ao projeto.

“Há muitas incertezas em torno desse negócio da Sete Brasil, como o risco de conformidade, mas a possibilidade de adicionar uma carteira de mais de US $ 1 bilhão por sonda é certamente atraente”, disse outra fonte.

Ascensão e Caos

Criada em 2010, quando a atividade de afretamento estava em disparada, a Sete Brasil originalmente ordenou a construção de 29 sondas ultraprofundas em cinco estaleiros brasileiros, com 28 a serem afretadas à Petrobras em contratos de longo prazo com diárias em média de US $ 530.000 cada.

A Sete Brasil começou a enfrentar problemas alguns anos depois, quando teve dificuldades para obter financiamento com instituições financeiras locais.

A construção das plataformas foi suspensa em 2015, quando a empresa encerrou os pagamentos aos estaleiros e a investigação da Lava – Jato foi-se intensificando.

Em abril de 2016, a Sete Brasil entrou com pedido de falência com um total de dívidas de US $ 17,4 bilhões. Espera-se que o dinheiro arrecadado pela eventual venda das quatro plataformas ajude a pagar parte dessa dívida.

Os contratos das outras 24 unidades que seriam afretadas à Petrobras foram rescindidos, enquanto o pedido da 29ª sonda, que estava sendo construída com base especulativa, também foi cancelado.

Como parte do acordo, a Petrobras está saindo da complexa estrutura acionária da Sete Brasil, de modo que não detém mais nenhuma participação na empresa.

Até que isso seja finalizado, a Petrobras detém 5% de participação direta na Sete Brasil e uma participação indireta de 4,6% através do fundo de investimento FIP Sondas, que compreende 11 bancos de investimento e fundos de pensão brasileiros com participação total de 95% na empresa.



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