Infiltração do crime organizado em setores como combustíveis, imóveis e finanças preocupa investidores e empresários em São Paulo
As conversas sobre o crime organizado, antes restritas às páginas policiais, ganharam espaço inusitado no coração financeiro do Brasil. Em São Paulo, especialmente na região da avenida Faria Lima, conhecida como o “centro nervoso” dos negócios, investidores, empresários e gestores de fundos começaram a avaliar o impacto potencial das facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).
Investidores estrangeiros, atentos ao mercado brasileiro, querem entender como esses grupos atuam e quais setores podem ser comprometidos. Durante almoços e jantares, os principais empresários do país discutem o tema com preocupação crescente. A percepção geral é clara: se as facções conseguirem infiltrar grandes empresas paulistas, a confiança no ambiente de negócios do Brasil pode ser gravemente abalada.
Infiltração em setores estratégicos
Operações policiais recentes revelaram que as facções estão se infiltrando em setores variados, como refino, distribuição e venda de combustíveis, mercado imobiliário, transporte público e privado, clínicas odontológicas, provedores de internet, saúde, limpeza urbana, coleta de lixo e até no setor financeiro.
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Desde a pandemia de covid-19, houve uma mudança no modus operandi dessas organizações. O promotor Fábio Bechara, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo, explica: “Antes os criminosos precisavam esconder dinheiro; agora, muitos já lavam recursos por meio de fintechs abertas por laranjas ou parceiros estratégicos”.
Combate financeiro ao crime organizado
O caráter transnacional das facções motivou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) a lançar a Aliança para a Segurança, Justiça e Desenvolvimento, uma plataforma que visa facilitar a cooperação internacional no combate aos crimes financeiros.
Para Ilan Goldfajn, presidente do BID, a estratégia ideal contra as facções deve seguir o modelo usado no combate ao terrorismo: identificar a origem do dinheiro, rastrear o fluxo e interromper sua circulação. Em suas palavras, é preciso “cortar o oxigênio do crime organizado”.
A preocupação com o avanço das facções reflete a necessidade urgente de proteger a credibilidade e a segurança jurídica do ambiente de negócios brasileiro. Investidores agora consideram não apenas indicadores macroeconômicos e políticos, mas também a exposição ao risco do crime organizado ao decidir onde e como investir no país.