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Tempo de leitura 6 min de leitura Comentários 14 comentários

Engenheiros e físicos querem criar um elevador espacial com 96.000 mil km de comprimento que pode substituir foguetes: a ideia do projeto é construir um cabo com “baldes” que sobem até a órbita

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 17/06/2025 às 23:18
Atualizado em 18/06/2025 às 19:10
O elevador espacial com 96.000 mil km de comprimento que pode substituir foguetes
Foto: IA
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Pode parecer ficção científica, mas já é pauta séria entre engenheiros e físicos: um elevador espacial, com 96 mil km de extensão, capaz de levar cargas à órbita terrestre sem o uso de foguetes. Entenda como o projeto funciona, os desafios e o que pode mudar na corrida espacial.

A ideia de um elevador espacial consiste em construir um cabo ultrarresistente preso à superfície da Terra e ancorado a um contrapeso no espaço, a cerca de 96.000 quilômetros de altura. Por esse cabo, subiriam veículos motorizados — apelidados de “baldes” ou “climbers” — que transportariam satélites, equipamentos e até seres humanos até a órbita.

créditos: ISEC (International Space Elevator Consortium)

Se parecer impossível à primeira vista, saiba que a concepção do elevador espacial remonta ao físico russo Konstantin Tsiolkovsky, que propôs o conceito em 1895. Desde então, o projeto ganhou respaldo teórico e, mais recentemente, passou a atrair olhares atentos da comunidade científica global.

Como funcionaria o elevador espacial de 96.000 km?

Ao contrário do que se imagina, o elevador não subiria até o espaço usando propulsão. Em vez disso, ele seria sustentado por forças centrífugas. Veja como funcionaria:

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  • Uma base na Terra, próxima à linha do Equador (por estabilidade).
  • Um cabo feito de material ultrarresistente (como nanotubos de carbono ou grafeno), esticando-se até além da órbita geoestacionária (cerca de 35.786 km) e ancorado em um contrapeso com massa suficiente para manter o equilíbrio gravitacional.
  • Climbers automatizados, alimentados por energia solar ou feixes de laser da superfície, subiriam por esse cabo carregando cargas ao espaço.
  • velocidade dos climbers seria de 200 a 300 km/h. Uma viagem até a órbita levaria cerca de 5 a 7 dias, com custo significativamente menor do que foguetes.

Por que o elevador espacial pode substituir foguetes?

Atualmente, lançar qualquer carga ao espaço depende de foguetes movidos a combustíveis líquidos ou sólidos, que consomem bilhões de dólares por ano e deixam rastros ambientais.

Veja a comparação:

AspectoFoguetesElevador Espacial
Custo por kg lançadoUS$ 2.700 (SpaceX)Estimado entre US$ 100 e US$ 300
Emissão de carbonoAltaPraticamente nula
SegurançaRisco de explosãoMenor risco operacional
ReutilizaçãoLimitadaReutilizável e contínua
Frequência de lançamentoIntervalos grandesConstante e controlada

Além disso, o elevador espacial não depende de janelas de lançamento ou condições meteorológicas ideais, o que traz uma vantagem logística incomparável.

Qual é o tamanho real do elevador espacial?

YouTube Video

Para que o cabo mantenha equilíbrio entre a gravidade da Terra e a força centrífuga, ele precisa ir muito além da órbita geoestacionária. Por isso, os cálculos mais recentes indicam um comprimento ideal de 96.000 quilômetros, quase um quarto da distância até a Lua (384.400 km).

ponto de ancoragem espacial funcionaria como contrapeso e estabilizador. Poderia ser um asteroide capturado, uma estação espacial artificial ou uma plataforma com painéis solares gigantes.

Os “baldes” que sobem até o espaço

Os veículos que percorrem o cabo são chamados de climbers — uma mistura de elevador, guindaste e robô. Eles são projetados para transportar cargas de 10 a 20 toneladas em um único trajeto, com energia elétrica obtida via:

  • Painéis solares integrados
  • Feixes de laser enviados da Terra
  • Cabos energizados (hipótese em estudo)

Esses “baldes” poderiam realizar viagens semanais até a órbita, transformando o transporte espacial em uma atividade rotineira e acessível.

O que impede o projeto de sair do papel?

Apesar dos avanços teóricos e tecnológicos, o elevador espacial ainda não foi construído por três grandes motivos:

Material do cabo

Para suportar seu próprio peso e as tensões extremas, o cabo precisaria ser feito de um material 200 vezes mais resistente que o aço e extremamente leve. As duas opções viáveis:

  • Nanotubos de carbono
  • Grafeno em estado puro

Ambos ainda estão em desenvolvimento para aplicações estruturais em larga escala.

Risco de colisões

A órbita terrestre está cheia de detritos espaciais. Um elevador com 96 mil km de extensão atravessaria múltiplas altitudes, aumentando o risco de colisão com satélites e lixo espacial.

Viabilidade geopolítica

Trata-se de uma estrutura que atravessaria o espaço aéreo de diversos países e estaria sujeita a tratados internacionais. O local ideal de ancoragem seria no Equador, onde a força centrífuga é máxima — mas isso exige estabilidade política, acordos internacionais e investimentos de bilhões.

Iniciativas e projetos reais em andamento

Apesar dos desafios, várias organizações e universidades ao redor do mundo vêm trabalhando no conceito do elevador espacial. Algumas delas:

  • ISEC (International Space Elevator Consortium)
  • Shizuoka University (Japão): Em 2018, lançou um experimento em miniatura para testar movimentação de climbers no espaço.
  • Obayashi Corporation (Japão): Pretende construir um protótipo funcional até 2050.
  • NASA: Estuda viabilidade desde os anos 1990, por meio do Institute for Advanced Concepts.

Esses projetos não só testam o conceito em laboratório, mas também buscam soluções para materiais, controle de tração e energia em grande escala.

O que mudaria com a construção de um elevador espacial?

A implementação de um elevador espacial com 96.000 km de extensão poderia gerar uma revolução no acesso ao espaço. As principais transformações incluem:

Barateamento do envio de satélites

Startups e governos poderiam lançar satélites com custo até 90% menor, viabilizando internet global, observação climática e tecnologias de defesa.

Viagens espaciais comerciais

A possibilidade de levar turistas até a órbita por meio de um transporte mais estável e seguro abriria o mercado do turismo espacial com mais conforto e menor risco.

Construção de bases espaciais

Com transporte frequente de equipamentos, seria possível construir estações em órbita, refinarias espaciais e até habitats lunares.

Exploração interplanetária

A redução de custo para lançar sondas e naves decolando de órbita terrestre (e não da Terra) aceleraria a corrida para Marte, Júpiter e além.

E se o cabo se romper?

Um dos questionamentos mais comuns é: e se o cabo do elevador espacial se romper? A resposta surpreende: ele não cairia sobre a Terra de forma catastrófica. Isso porque o cabo está sob tensão e, se romper, parte dele seria lançada ao espaço, enquanto a outra parte cairia de forma controlada e previsível.

Além disso, o cabo seria fabricado com segmentos interligados, permitindo reparos e substituições parciais. As tecnologias envolvidas incluem:

  • Monitoramento via satélite
  • Drones de manutenção
  • Inteligência artificial para controle de vibrações

Curiosidades sobre o elevador espacial

  • A viagem até a órbita levaria 7 dias, mas com consumo de energia muito menor do que foguetes.
  • A estrutura exigiria o desenvolvimento de uma nova geração de sensores, controle de tráfego espacial e regulamentações internacionais.
  • É citado em obras de ficção científica como 2001: Uma Odisseia no Espaço (Arthur C. Clarke) e Red Mars (Kim Stanley Robinson).

Quando ele pode se tornar realidade?

Especialistas estimam que, entre 2045 e 2060, seja possível construir o primeiro protótipo funcional de elevador espacial em órbita lunar, onde a gravidade é menor. O passo seguinte seria trazê-lo para a Terra, com um modelo completo e operacional.

O fator limitante ainda é a produção industrial de nanotubos de carbono e grafeno em grande escala, algo que pode ser resolvido nas próximas décadas, dada a velocidade da nanotecnologia.

O projeto de um elevador espacial com 96.000 km de extensão ainda é, para muitos, um sonho distante. Mas sua viabilidade técnica avança a cada ano, e os benefícios que ele traria para a ciência, a economia e o meio ambiente são difíceis de ignorar.

Assim como os aviões comerciais eram desacreditados no início do século XX, ou como a internet parecia futurista nos anos 80, o elevador espacial pode ser a próxima virada histórica da humanidade. E quando isso acontecer, os foguetes — símbolos da era espacial atual — poderão se tornar obsoletos.

Seja por nanotecnologia, energia solar ou inteligência artificial, a próxima corrida espacial pode começar… subindo em um cabo.

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Clayton Matoso
Clayton Matoso
23/06/2025 14:39

Foram na lua só se for na **** QUE PARIU ELES.

Matheus
Matheus
23/06/2025 12:04

Pensei que era a taça da libertadores alongada

Alexandre
Alexandre
22/06/2025 14:03

Caraca….. só dá físicos e engenheiros de sofá formados em Havard dando pitacos em um assunto que só são curiosos.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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