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Como seria um mundo sem dinheiro em espécie? Basta olhar para a China para ter uma ideia

Publicado em 01/07/2025 às 21:07
China, Dinheiro em espécie
Imagem: Xinhua/Zhang Chunlei
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Na China, lojas, táxis e vendedores de rua já não aceitam papel-moeda; pagamentos digitais com QR code viraram padrão absoluto

Quem chega à China e tenta pagar uma conta com cédulas ou moedas pode enfrentar dificuldades. O dinheiro em espécie praticamente sumiu das ruas e comércios do país.

O domínio dos aplicativos Alipay e WeChat Pay é absoluto. Seus logos azul e verde estão em todos os lugares: mercados, táxis, cafeterias, estações de transporte.

A mudança não é recente. Já faz anos que a população chinesa adotou esses meios digitais como padrão. Enquanto outros países ainda discutem sobre o fim do dinheiro físico, na China a decisão já foi tomada na prática.

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Comércio não aceita mais papel-moeda

Na maioria dos estabelecimentos chineses, pagar com dinheiro virou exceção. Muitos locais nem têm mais caixa registradora.

O jornal Le Monde relatou que alguns comércios se recusam a aceitar cédulas. Outros, quando aceitam, enfrentam um problema simples: não têm troco para dar ao cliente. Táxis também seguem esse padrão. E quem ainda aceita dinheiro, faz isso com relutância.

Um exemplo vem de Ma Dian, vendedor de frutas e verduras na província de Hubei. Ele contou que só aceita dinheiro por uma razão: ajudar os mais velhos.

Segundo ele, abaixo dos 80 anos, praticamente todo mundo já usa Alipay ou WeChat Pay. Acima dessa idade, a adaptação é mais difícil.

Os idosos são os mais prejudicados e, muitas vezes, dependem da ajuda de familiares para fazer pagamentos digitais.

QR codes em todos os cantos

Os códigos QR são a nova linguagem do consumo na China. Estão em cada balcão, cada carrinho de rua, cada taxímetro.

Existem dois tipos principais: os estáticos, em papel ou plaquinhas, e os dinâmicos, que aparecem em telas digitais.

No primeiro caso, o cliente precisa digitar o valor antes de confirmar. No segundo, o valor aparece automaticamente.

Em ambos, a autenticação final pode ser feita com senha, reconhecimento facial ou impressão digital.

Hoje, os dois aplicativos líderes já permitem, em alguns casos, o uso de QR codes unificados. Ou seja, o mesmo código pode funcionar tanto para Alipay quanto para WeChat Pay. A escolha de qual app usar fica com o consumidor.

Bancos em segundo plano

Esse modelo mudou até o papel dos bancos no dia a dia da população. É verdade que ainda é preciso ter uma conta bancária para vincular aos aplicativos.

Mas, na prática, os serviços bancários acabaram ficando em segundo plano. Segundo John Engen, do American Banker, os bancos chineses foram “reduzidos a atores passivos”.

Os usuários fazem quase tudo com Alipay e WeChat Pay, do pagamento de compras até transferências e doações.

Ainda assim, o governo chinês tem controle sobre esse cenário. Um marco dessa vigilância foi o caso do Ant Group, braço financeiro da Alibaba.

Em 2020, quando a empresa se preparava para abrir capital na bolsa, seu fundador Jack Ma criticou publicamente o governo.

A resposta veio rápida: a abertura de capital foi cancelada e Ma passou anos afastado da vida pública.

Governo aposta no yuan digital

Para não ficar à margem das inovações, o banco central chinês vem trabalhando em sua própria moeda digital: o yuan digital.

Diferente das criptomoedas, ela é controlada pelo governo. O objetivo não é só oferecer uma alternativa ao Alipay ou WeChat Pay, mas também criar um sistema paralelo ao dólar.

O projeto já está em testes há anos, mas sua adoção ainda é limitada. Por enquanto, os dois grandes aplicativos seguem no controle dos pagamentos diários.

Turistas também já usam os apps

Nos últimos anos, tanto o Alipay quanto o WeChat Pay passaram a atender estrangeiros. Desde cerca de dois anos atrás, turistas já podem criar contas nesses apps usando cartões de crédito.

Recentemente, os limites de transações foram ampliados. No Alipay, por exemplo, o teto subiu de 1.000 para 5.000 dólares, o que corresponde a cerca de R$ 27 mil.

O WeChat Pay oferece até uma opção de carteira digital sem necessidade de cartão. Com ela, é possível carregar valores menores e usar o saldo em pagamentos simples.

O único requisito é estar conectado à internet. Para isso, recomenda-se adquirir um chip SIM ou eSIM local, já que alguns serviços pedem número chinês para envio de mensagens SMS de validação.

O avanço do yuan digital ainda é limitado, mas o domínio de Alipay e WeChat Pay mostra como a China já vive, na prática, em uma sociedade sem dinheiro físico.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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