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Cientistas desenvolveram um sistema que melhora a eficiência de fogões a lenha — reduzindo as emissões de partículas em até 95%

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 10/06/2025 às 12:17
fogões a lenha
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Tecnologia da Universidade do Oregon reduz em até 95% a emissão de partículas finas, tornando o uso de fogões a lenha mais seguro e sustentável.

Pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon desenvolveram uma tecnologia que promete revolucionar o uso de fogões a lenha.

Com um novo sistema automatizado, foi possível reduzir em até 95% a emissão de partículas finas (PM2,5), responsáveis por sérios problemas respiratórios e cardiovasculares.

A inovação oferece uma alternativa sustentável e segura para milhões de lares que ainda utilizam esse tipo de equipamento.

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A ameaça invisível das partículas finas

As partículas PM2,5 possuem menos de 2,5 micrômetros de diâmetro. Por isso, conseguem penetrar profundamente nos pulmões e até alcançar a corrente sanguínea.

A exposição prolongada a esse tipo de poluente está diretamente relacionada a doenças como asma, bronquite crônica, câncer de pulmão e problemas cardiovasculares.

Embora os fogões a lenha não estejam presentes na maioria das casas dos Estados Unidos, eles ainda são a terceira maior fonte de PM2,5 no país, atrás apenas da fumaça de incêndios florestais e da poeira gerada por atividades agrícolas.

A gravidade da emissão é intensificada pelo uso de modelos antigos, que não possuem mecanismos de controle ou eficiência na queima da lenha.

Modelos antigos geram altos níveis de poluição

Atualmente, estima-se que existam cerca de 6,5 milhões de fogões a lenha antigos em uso. Esses modelos são basicamente caixas metálicas sem qualquer sistema de controle de combustão.

Eles também facilitam o acúmulo de creosoto, uma substância inflamável que se deposita nas chaminés, aumentando o risco de incêndios domésticos.

Estudos recentes mostram que cerca de 70% da poluição gerada por fogões ocorre no momento de acender ou reabastecer o fogo.

Esses picos de poluição são difíceis de simular em testes de laboratório, o que significa que muitos modelos são aprovados nos testes, mas falham no uso diário.

A solução: injeção automática de ar no fogo

A grande inovação da equipe da Universidade do Oregon foi desenvolver um sistema que controla automaticamente a entrada de ar primário e secundário durante o funcionamento do fogão.

Esse controle automatizado permite ajustar o fluxo de ar em tempo real, de acordo com a fase da queima.

O ar primário é injetado pela parte inferior para iniciar e manter a chama acesa. Já o ar secundário entra por cima, assim que a madeira começa a liberar gases.

Essa segunda entrada de ar ajuda a queimar completamente esses gases, evitando que eles escapem como fumaça e gerem poluição.

Com essa técnica, os pesquisadores conseguiram reduzir em até 95% a emissão de partículas nocivas em comparação com fogões convencionais. Além disso, o sistema aumenta a eficiência térmica do fogão, permitindo melhor aproveitamento da lenha.

Monitoramento real em casas de verdade

Outro avanço importante do projeto foi o desenvolvimento de um sistema de monitoramento que coleta dados diretamente em residências reais.

Ao contrário dos testes em laboratório, esse acompanhamento permite entender o comportamento do fogão em condições do dia a dia.

Com esses dados, os engenheiros podem projetar novos modelos mais adaptados à realidade dos usuários, corrigindo falhas que antes passavam despercebidas nos testes tradicionais. Isso garante que os fogões realmente cumpram o que prometem quando instalados em casas comuns.

Menos poluição, mais segurança

Além de melhorar a qualidade do ar, a nova tecnologia ajuda a reduzir o risco de incêndios domésticos, já que diminui o acúmulo de creosoto nas chaminés.

Outro ponto positivo é a substituição de materiais perigosos. Muitos fogões antigos usavam amianto, hoje reconhecido como cancerígeno. Os novos modelos dispensam o uso desse tipo de material.

Essa mudança também representa um avanço em segurança, eficiência energética e conforto para famílias que ainda dependem da queima de lenha. Com os ajustes automáticos, o fogão funciona de forma mais estável e sem necessidade de intervenção constante do usuário.

Aplicação global da tecnologia

A experiência dos pesquisadores não se limita ao mercado americano. Em todo o mundo, cerca de 2,7 bilhões de pessoas ainda cozinham diretamente sobre chamas, sem nenhum sistema de controle de poluição.

A tecnologia desenvolvida na Universidade do Oregon pode ser adaptada para essas regiões, reduzindo drasticamente a exposição à fumaça tóxica em comunidades vulneráveis.

A inovação também permite que a lenha, uma fonte de energia local e renovável, seja usada sem comprometer a saúde das pessoas ou a qualidade do ar.

Em regiões onde outras formas de energia ainda não são viáveis, essa solução pode representar uma alternativa limpa e acessível.

A proposta dos novos fogões não se resume à redução da poluição. Eles fazem parte de uma visão mais ampla de transição energética inclusiva.

Combinando eficiência, segurança e sustentabilidade, os modelos mostram que é possível modernizar uma prática antiga sem perder suas raízes.

Melhorar o uso da lenha significa oferecer energia limpa para milhões de pessoas e proteger a saúde pública. É um passo importante para tornar o cotidiano das famílias mais seguro e ambientalmente responsável.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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