O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) concedeu o aval para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), nessa última segunda-feira (25/04), para a aquisição e incorporação da Metalgráfica Iguaçu, fabricante de embalagens metálicas. Além disso, a CSN terá que repassar parte de suas ações para os acionistas da empresa, uma vez que o Cade busca expandir a produção da Metalgráfica e trazer uma equiparação na transação.
Em uma estratégia um tanto arriscada, porém benéfica em relação à produção a longo prazo, o Cade concedeu à CSN o aval necessário para a aquisição e incorporação da Metalgráfica Iguaçu durante esta última semana. No entanto, a CSN também terá que ceder aos atuais acionistas da Iguaçu um percentual de ações que será aprovado em assembleia geral extraordinária das companhias para equiparar a transação aprovada pelo conselho nesta segunda-feira.
A CSN é uma das maiores atuantes no segmento de produção industrial e siderurgia no Brasil, com empreendimentos que vão desde a extração do minério de ferro até a produção e comercialização de uma gama diversificada de produtos de aço, por meio de áreas de negócios próprias e de suas controladas. Enquanto isso, a Metalgráfica Iguaçu atua na fabricação de embalagens metálicas e detém, como sua principal controladora, a Merisa Engenharia e Planejamento, e é uma das grandes referências dentro desse segmento no Brasil.
Assim, a aquisição da Iguaçu por parte da CSN é uma forma de garantir uma expansão na produção dos materiais, além de outros grandes pilares da transação, como manter um fabricante no mercado de embalagens metálicas e, consequentemente, a demanda por folhas metálicas; adquirir linhas de produção de embalagens metálicas mais modernas e produtivas; e garantir a retomada e o crescimento da atividade produtiva da Iguaçu. Assim, o Cade conseguiu verificar esses objetivos como benéficos para ambas as partes da transação para a aprovação do aval liberado nesta semana para a aquisição e incorporação da companhia.
Além de ser importante para o desenvolvimento de uma série de investimentos na produção das embalagens metálicas e manter o segmento em aquecimento no Brasil, a aquisição da companhia por parte da CSN também é considerada pelos acionistas da Iguaçu como imprescindível para sanear as contas e evitar o endividamento. Dessa forma, a metalúrgica conseguiu um grande ponto de defesa para a aprovação do aval necessário para a realização da transação entre as empresas.
Mas esse não foi o único motivo que levou à aprovação e a Superintendência-Geral do Cade verificou existirem fatores que geram pressões concorrenciais de forma a tornar improvável o exercício de poder de mercado por parte das empresas envolvidas. Com isso, se tornaria quase impossível aprovar o aval para a compra da empresa com restrições, o que levou à rápida liberação por parte do Cade para a CSN durante esta última semana.
Por fim, caso não haja nenhuma interrupção no processo por nenhuma das partes ao longo de um prazo de 15 dias, as decisões da Superintendência-Geral terão caráter terminativo e as operações estarão aprovadas em definitivo pelo órgão antitruste, garantindo assim a finalização do processo de incorporação da Iguaçu por parte da CSN.