Quando ponderamos comprar um carro, um dos itens considerados é a potência do motor e isso não difere na hora de saber quantos cavalos tem um motor elétrico de um carro.
O mercado tradicional muitas vezes quer passar para o consumidor que apenas os veículos com combustíveis fósseis conseguem dar a potência correta para o motor e que os cavalos de um carro elétrico tornam ele um veículo lento. Mas, será que isso é verdade?
Quantos cavalos tem um motor elétrico?
As baterias dos carros elétricos são feitas geralmente de íon de lítio e têm capacidades informadas em quilowatts-hora (kWh). A unidade de medida serve para aferir o consumo de energia: tecnicamente, 1 kWh é a quantidade de energia necessária para operar um dispositivo que requer 1.000 watts por uma hora. O motor ou os motores elétricos dos carros zero combustão geralmente têm sua potência informada em kW (quilowatt). Cada kW equivale a 1,36 cv (cavalos-vapor), a medida mais comum usada no mercado brasileiro. O recém-lançado Renault Kwid E-Tech, por exemplo, gera 48 kW, o que significaria 65 cv de potência.
A combustão tradicional requer componentes diferentes para operar. São engrenagens e mecanismos em movimento, além de gerar muito calor, o carro ganha gradativamente a potência do movimento. A aceleração de um veículo elétrico basicamente requer corrente elétrica. Isso cria um campo magnético e faz com que o rotor do motor gire e acione as rodas. Dito isto, é um processo mais simples e ágil que coloca você no pedal certo, e o torque já é máximo em 1 rpm, com resposta instantânea de aceleração.
Como calcular o consumo do carro elétrico?
Vamos voltar ao Kwid E-Tech, que tem uma potência de ciclo combinado de 26,8 kWh e um alcance de 265 quilômetros. O cálculo é o seguinte: “x” é 26,8 kWh (capacidade da bateria) e 100 é 265 km (alcance de cruzeiro). Multiplique a capacidade da bateria por 100 para obter 2.680 dividido por 265. O resultado é 10,1 kWh por 100 quilômetros rodados. Má e má comparação, é o mesmo que rodar entre 50 e 60 km/l com um litro de gasolina.
Quando a bateria estiver totalmente carregada, isso significa que o proprietário do Kwid elétrico gastará 26,7 kWh de energia com o carro, pois estará “vazio” após 265 km. Assim como em maio, o preço médio do quilowatt-hora da CPFL é de 1,04 real para eletricidade residencial, e os modelos Renault custam 27,76 reais por carga completa. Para efeito de comparação, um Kwid Zen 1.0 flex, segundo dados do Inmetro, faz 10,8 km/l de etanol na cidade. São 24,5 litros para percorrer os 265 km do E-Tech. Com o preço médio do litro do álcool combustível no estado de São Paulo a R$ 4,765 (levantamento da ANP na semana de 29/5 a 4/6), o custo para rodar a mesma distância fica em R$ 116,70.
Tipos de recarga do carro elétrico
São três os tipos de carregamento possíveis. Os modelos elétricos vêm com cabos que podem ser plugados em tomadas de 20 ampères, aterradas e de 110V ou 220V. Nessas tomadas comuns, o tempo de recarga é bem mais lento e pode chegar a mais de 20 horas para uma carga completa, conforme o modelo do veículo e o tipo de bateria. Já no carregador residencial (do tipo Wallbox), que muitas montadoras oferecem ou comercializam com o carro elétrico, o tempo de recarga chega a ser três vezes mais veloz. Porém, demanda instalação adequada por empresas homologadas pela fabricante do veículo. Os DCs, ou carregadores super-rápidos, são os mais usuais em eletropostos. Em geral, permitem carregar até 80% da bateria em menos de uma hora.