O carro elétrico vem ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro, mas sabia que o primeiro carro elétrico no Brasil apareceu por aqui em 1912?
Um carro elétrico é um veículo automotivo para transporte de carga e de pessoas com propulsão elétrica. O termo descreve carros de passeio em geral, mas pode, contudo, também ser entendido para toda a gama de veículos de várias faixas. A abreviatura usual e internacional é EV do inglês Electric Vehicle.
Primeiro carro elétrico no Brasil
No início do século passado, surgiram aqui os primeiros veículos deste tipo. Em 1912, 11 carros elétricos foram registrados no Rio de Janeiro (então capital do Brasil). Naquela época, já existiam revendedores especializados em veículos elétricos importados no Rio de Janeiro, como a Ita Garage, representante da Detroit Electric Company, uma das marcas de veículos elétricos mais famosas do início do século XX.
A empresa prometia velocidade máxima do carro de 40 km/h, autonomia de 144 km e bateria com duração de quatro anos. Eles são conhecidos por serem fáceis de manobrar e silenciosos. O serviço prestado pela Ita Garage era pegar o carro à noite para carregar a bateria e devolver o carro ao cliente na manhã seguinte. Na década de 1920, carros elétricos de pelo menos cinco fabricantes diferentes percorriam as ruas do Rio. No entanto, como aponta o site Motor1, eles ficaram obsoletos com a adoção de carros movidos a gasolina, principalmente após a popularidade dos motores de partida.
Veículo elétrico made in Brazil
O primeiro carro elétrico brasileiro conhecido foi construído pelo inventor Mauricio Lorencini. Em 1965, em uma oficina na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo, criou o projeto com a ajuda de um mecânico para criar o que chamou de “carro do futuro”. Para isso, ele usou um chassi e rodas do tipo A da Ford, mas o motor elétrico foi conectado à transmissão. Para reduzir o peso do veículo, ele não possui carroceria e utiliza uma bateria convencional de chumbo-ácido que garante atingir 70 km/h. O inventor chegou a prever o fim das transmissões tradicionais e a instalação de motores elétricos em cada roda traseira. Ele queria produzir o carro em massa, mas acabou sendo derrotado pela indústria do petróleo. O carro elétrico de Lorencini nunca sai do estágio de protótipo.
A curta história do carro elétrico Gugger
De propriedade do engenheiro paulista João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, a Gurgel foi pioneira na produção em massa de veículos elétricos no Brasil em 1981. O Itaipu E-400 criado por Gurgel atendeu ao desafio apresentado pela Eletrobras de atualizar sua frota. A ideia apresentada pela estatal era criar um veículo capaz de transportar 250 quilos, viajar a velocidades de até 60 km/h e ter um percurso autônomo mínimo de 65 km. Com capacidade de carga de 400 kg, o modelo Gurgel percorreu 80 km e atingiu 75 km/h. O carro chamou a atenção do então Presidente da República, João Figueiredo, que encomendou os E-400 para compor a frota da estatal de eletricidade e telefonia. Além disso, gerou seu irmão maior, o E-500.
Wee, o novo carro elétrico brasileiro
Aproveitando o atual renascimento do EV, a startup paranaense Kers anunciou recentemente o Wee, um veículo urbano de três rodas com capacidade para dois passageiros. O modelo compacto promete ser um carro elétrico barato, com preço em torno de R$ 95 mil. Feito de aço, pode atingir 100 km/h após 8 horas de carregamento da bateria e tem autonomia de até 200 km. A nova marca pretende construir um parque industrial em Maringá e utilizar o conceito de energia circular para prestar serviços de reciclagem de veículos e suas peças. No vídeo abaixo, você pode acompanhar a cobertura local do novo veículo elétrico. Estima-se que, quando os custos de combustível e manutenção são somados, os veículos Kers custam 80% menos do que um carro comum. Por 400 quilômetros, os donos do Wee podem cobrar em uma tomada convencional ou central elétrica por apenas 32 reais.