Nas últimas décadas, os parques eólicos se mostraram uma boa possibilidade de produzir energia limpa, renovável e ilimitada. Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), atualmente, o Nordeste é a maior região responsável pela produção desse tipo de energia. Entretanto, poucas pessoas sabem quais são os impactos ambientais da energia eólica.
Neste sentido, embora seja um tipo de energia renovável e com baixo custo a longo prazo, a energia eólica ainda apresenta algumas desvantagens. Seja pela instalação dos parques eólicos, ou por afetar aves com costumes migratórios, esse tipo de energia ainda apresenta diversos revés no seu uso.
Hoje, são 805 parques eólicos instalados no Brasil, sendo mais de 700 na região Nordeste. Atualmente, o Rio Grande do Norte é o maior produtor de energia eólica do Brasil, contando com mais de 350 empreendimentos.
Como é gerada a energia eólica?
A energia eólica é gerada pela energia cinética do vento que, ao movimentar as pás, ativa os aerogeradores, ou turbinas eólicas. Para uma melhor performance, esses equipamentos devem ser instalados em regiões altas para captar uma grande quantidade de vento.
Em seguida, esse movimento cria energia mecânica que, posteriormente, é convertida em energia elétrica através da indução eletromagnética existente no gerador. Além disso, os parques eólicos podem ser instalados em terra (onshore) como no mar (offshore).
Quais são os maiores impactos ambientais da energia eólica?
Assim como outros tipos de energia, a energia eólica possui suas desvantagens, especialmente em questões ambientais. Embora tenha um impacto ambiental menor que outras fontes de energia, as turbinas eólicas apresentam um perigo real para diversos animais.
Isso porque diversos pássaros e morcegos costumam se chocar com as turbinas. Além disso, eventualmente, eles são mortos por voarem em direção contrária às hélices em movimentos. Inclusive, não somente as aves são impactadas por essas texturas, mas também espécies migratórias que se deslocam cotidianamente.
Por outro lado, as turbinas eólicas em constante movimento produzem um ruído elevado, o que pode ser definido como poluição sonora. Geralmente, os ruídos causam desconforto a população que vive nas proximidades dos parques. Além disso, os parques eólicos também causam poluição visual.
Paralelamente, a geração de energia eólica depende diretamente de um fenômeno natural. Por isso, a instalação dos parques é espacialmente seletiva, devendo ocorrer em locais com elevada incidência de ventos, ou seja, não podem ser instalados em qualquer local.
Ademais, a produção de energia eólica é irregular, afinal, os ventos não sopram constantemente, nem com a mesma intensidade. Outro ponto negativo é que, mesmo os custos de instalação terem sido reduzidos nos últimos anos, essas instalações se mantêm em um patamar elevado, tornando a energia eólica cara a curto prazo.
O cenário da Energia eólica no Brasil
O Brasil possui um gigantesco potencial para geração de energia eólica. Como comparativo, a capacidade instalada atualmente no país é três vezes menor do que a capacidade total do Brasil para produzir energia através das forças dos ventos.
Conforme dados apresentados pela Empresa de Pesquisa e Energia (EPE), atualmente, a energia eólica já responde por 8,8% da matriz elétrica brasileira, perdendo somente para fontes mais comuns, como as hidrelétricas e a energia gerada por biomassa.
Por outro lado, devido a fatores como o relevo e as condições atmosféricas que condicionam a geração de ventos o suficiente para movimentos das pás das turbinas, o maior potencial eólico está na região Nordeste. Inclusive, a faixa litorânea dessa região é uma das mais propícias para produzir energia eólica em toda a América Latina.
Por fim, em 2020, os estados nordestinos foram responsáveis por 85,6% de toda a energia eólica gerada no Brasil. Neste sentido, a região possui uma grande importância na matriz energética brasileira, afinal, a região Sul, a segunda maior produtora de energia eólica do Brasil, produziu somente 11,5%.