O funcionamento das usinas nucleares está ligado às propriedades de determinados elementos químicos, que permitem transformar a massa em energia. Geralmente, existem elementos que permitem que o processo ocorra espontaneamente, mas, ele pode ser provocado por algumas técnicas específicas. Por isso, uma dúvida surge: o que acontece se uma usina nuclear explodir?
Geralmente, a energia pode ser obtida para gerar eletricidade de várias formas. No caso das usinas Angra 1 e Angra 2, o processo adotado é a fissão nuclear do urânio, onde o núcleo atômico é dividido e, dessa forma, libera energia. Entretanto, para ser usado nas reações de fissão, o urânio deve passar pelo enriquecimento, em um processo que o concentra no isótopo urânio-235.
A usina nuclear pode ser comparada a uma bomba atômica?
Existem diversos riscos em uma usina nuclear, sendo que o maior deles é a liberação de material radioativo para a terra, água ou ar. Inclusive, uma usina jamais irá explodir como uma bomba atômica. Isso porque o combustível usado nas usinas têm concentração do material físsil inferior ao do que é usado em uma bomba nuclear.
Dessa forma, o urânio que passa pela fissão nuclear no reator de uma usina – o urânio 235 – tem uma concentração em torno de 3 a 5%. Por outro lado, as aplicações militares, como as bombas atômicas, possuem 85% de quantidade de energia, explicando seu alto potencial destrutivo.
Por outro lado, comparar uma usina nuclear que produz energia elétrica a uma bomba nuclear é completamente equivocado. Isso porque uma bomba nuclear e um reator nuclear são coisas distintas. Entretanto, acidentes também existem nas usinas, classificados pela escala criada pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) em 1990.
Como é definido os acidentes nucleares?
A Escala Internacional de Acidentes Nucleares e Radiológicos (INES – International Nuclear Event Scale) determina uma escala de gravidade de acidentes e incidentes nucleares, visando facilitar a compreensão e as medidas para enfrentar o ocorrido. No total, temos 7 níveis, sendo os 3 primeiros incidentes e os 4 restantes acidentes.
O acidente mais grave (Nível 7) consiste no vazamento em larga escala, de material radioativo, para fora da usina, com efeitos graves sobre a população local e o meio ambiente. Nos níveis 6 e 7, estão catalogados os acidentes de Chernobyl, na Ucrânia (1976), e o de Fukushima, no Japão, em 2011.
Hoje, devido ao suposto perigo, existe uma série de denúncias contra as usinas nucleares no Brasil. Neste sentido, as entidades apontam que a contaminação radioativa, caso haja vazamento, pode percorrer mais de 5 estados nordestinos, afetando mais de 500 municípios.
Sendo assim, sobre a possibilidade de implantar uma usina nuclear, especialmente no Nordeste, as entidades apontam que o material radioativo pode afetar afluentes, sendo que a população depende da água do rio. Por outro lado, alguns setores defendem a construção das usinas, mas, são acusados de minimizar os impactos de um eventual acidente nuclear.
O que acontece se uma usina atômica explodir?
No caso de uma explosão em uma usina nuclear, o principal afetado seria o meio ambiente. Isso porque a radiação atingiria a água dos rios e córregos. Além disso, o gás tóxico, devido às condições atmosféricas, seria facilmente espalhado, afetando regiões a quilômetros de distância, matando aves, animais e até mesmo populações inteiras.
Ademais, o material radioativo iria se infiltrar no solo, inviabilizando a agricultura e a criação de animais, podendo chegar a contaminar o lençol freático. Dessa forma, a explosão de uma usina nuclear desequilibraria todo o ecossistema local. Dependendo da região, a pesca seria a mais atingida, afetando negativamente a economia dos que dependem desse tipo de atividade.
Por fim, embora as usinas nucleares tragam diversos benefícios, uma possível catástrofe pode acontecer, tornando inabitável a região onde ela foi instalada. Inclusive, esse discurso apoia a defesa de muitos grupos contra a instalação das usinas atômicas, que afirmam que o uso de outras energias renováveis é a melhor opção para produzir energia.