Historicamente, as ferrovias sempre representaram um meio de transporte eficiente e econômico para muitos países. No entanto, o Brasil foi na contramão do resto do mundo e, dessa forma, nunca investiu consideravelmente no setor. Por isso, vamos te mostrar quem sucateou as ferrovias no Brasil;
Na década de 1950, o Brasil optou pelo sistema rodoviário para tentar alavancar o desenvolvimento econômico, já que a produção e venda de carros dinamizou a economia, gerando maior volume de emprego e, consequentemente, expandiu a produção industrial.
Dessa forma, houve uma redução drástica dos investimentos no setor ferroviário, garantindo um sucateamento em tempo recorde. Inclusive, as ferrovias administradas pela RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima) foram as primeiras a sofrerem com os cortes, já que dependiam dos investimentos do governo federal.
Quando começou o sucateamento das ferrovias no Brasil?
Historicamente, o sucateamento das ferrovias brasileiras teve início na década de 1950, com o plano de crescimento econômico rápido do presidente Juscelino Kubitschek, que decidiu priorizar o sistema rodoviário.
Na época, a construção de ferrovias era lenta, para dar razão ao lema “50 anos em cinco”, o marco de sua campanha. Para isso, ele convenceu a população que o sistema rodoviário faria o país deslanchar, devido à velocidade que os automóveis ofereciam.
Por outro lado, o lobby das rodovias foi forte. Desde o governo de Kubitschek, os investimentos e subsídios no setor rodoviário foram gigantes, não somente para abrir novas estradas, como também para atrair montadoras, nacionais ou internacionais.
Além disso, outro grande responsável pelo sucateamento das ferrovias foi o café, em baixa desde a década de 1930. Na época, ele costumava ser transportado principalmente por três, então, diversas empresas férreas faliram com a falta de matéria-prima a ser transportada.
Em 1957, o governo federal estatizou as companhias ferroviárias. A partir disso, o foco era o transporte de carga. Como resultado, em 2020, os trens transportavam somente 3% dos passageiros do país, isso já contando com os atuais metrôs. Contudo, para a próxima década, é esperado uma mudança no cenário ferroviário brasileiro.
Inclusive, na década de 1980, não se consegue pagar as dívidas contraídas, nem investir no sistema ferroviário existente. Como consequência, na década seguinte, o governo começou a privatização do setor ferroviário brasileiro e, posteriormente, o setor demonstrou reações lentas, mas sem reconquistar o brilho que um dia teve.
Qual a perspectiva futura para o setor ferroviário nacional?
No Brasil, a extensão do sistema ferroviário representa cerca de 30 mil km. Neste sentido, conforme o Plano Nacional de Logística 2035, é estimado um aumento da participação do sistema ferroviário em até 30% nos próximos anos.
Sendo assim, essa previsão reforça a necessidade de uma análise sobre as redes de deslocamento de passageiros, atreladas às demandas das grandes cidades e da população. Eventualmente, é possível integrar mobilidade urbana com novas ferrovias no país.
Nos últimos anos, o Brasil voltou a direcionar seu olhar para o setor ferroviário. Desde 2016, após a implantação do modelo de autorizações ferrovias pelo governo federal, o país atingiu a marca de 89 pedidos apresentados pela iniciativa privada para projetar, construir e operar com recursos próprios novas estradas de ferro e terminais ferroviários em todo o Brasil.
Em suma, são demandas importantes do setor produtivo brasileiro por transporte ferroviário, novas rotas e mais operadores na oferta de transporte por trilhos.
Por fim, podemos apontar que, no Brasil, surgirá nos próximos, com a implantação dos empreendimentos privados informados, um novo país. Com 27 deles já autorizados, ao todo, foram 89 projetos submetidos à União. Assim, essas idealizações representam R$258 bilhões em investimentos e contam com potencial para agregar 22.444 km de novos trilhos à malha ferroviária.