Desde os primórdios, as ferrovias representaram um avanço tecnológico e econômico para muitos países. Neste sentido, desde o transporte de bens e pessoas, o sistema ferroviário global é responsável pelo deslocamento sustentável, favorecendo a sociedade em diversos aspectos. Por isso, vamos te mostrar quanto custa para implementar 1 km de ferrovia.
No Brasil, o sistema ferroviário é sucateado desde a década de 1960, com as sanções do então presidente Juscelino Kubitschek. No entanto, especialistas apontam uma retomada do setor para os próximos anos, já que novos investimentos no segmento vêm sendo tomados exponencialmente.
Neste sentido, a construção de rodovias poderá favorecer não somente a economia, mas a missão de descarbonização do planeta, uma vez que os trens e metrôs reduzem consideravelmente a emissão de CO2, principalmente quando comparado ao sistema rodoviário, o mais usado no país.
Por que o Brasil não investe em ferrovias?
O sistema ferroviário é um transporte mais rápido, barato e menos poluente do que os demais segmentos. Sendo assim, mesmo podendo impulsionar a infraestrutura brasileira e reduzir o nível de poluentes, as ferrovias ainda não recebem a atenção necessária por parte dos governos. Em suma, alguns especialistas apontam alguns fatores para isso acontecer.
O primeiro deles é a falta de continuidade dos projetos de planejamento logístico no Brasil. Como a construção de novas ferrovias é um projeto de longo prazo, esse plano é afetado pelas trocas de governo no Brasil. Assim, mesmo com o plano em andamento, as obras tendem a ser abandonadas devido à renovação da agenda.
Além disso, outro grande problema é o prazo das concessões ferroviárias no Brasil, que hoje dura 30 anos. Sendo assim, por ser um prazo curto, já que o planejamento de uma ferrovia pode durar até 70 anos, os investidores se afastam desse tipo de empreitada.
Qual é o preço para construir 1 km de ferrovia?
Geralmente, existe um número médio de R$6 milhões por km de ferrovia construída. No entanto, isso depende de fatores como a topografia, se a área é urbana ou rural, além de outros dados.
Aliás, essa quantia não é usada para a construção de metrôs, já que esse tipo de túnel custa mais caro. Em suma, podemos dizer que para entender quanto custa para implementar 1 km de ferrovia, é necessário saber onde ela será construída e o tipo de projeto.
Qual o benefício de novas ferrovias para o Brasil?
Uma rede ferroviária ampla e interligada favorece todo o processo produtivo e o escoamento das exportações brasileiras. Uma pesquisa da EAESP/FGV apontou que, hoje, as ferrovias representam somente 15% da estrutura de transporte no Brasil, sendo um percentual muito baixo.
Por outro lado, como o transporte rodoviário representa 65% dos veículos no país, ele é mais poluente, atrapalha o trânsito das grandes cidades, gera mais acidentes, e ainda deixa as empresas mais suscetíveis a furtos e roubos de carga, por exemplo.
Outro benefício das ferrovias é que um vagão graneleiro é composto por, em média, 100 toneladas de produtos. Paralelamente, um caminhão bi-trem comporta somente 36 toneladas, um número bem abaixo do oferecido pelo sistema ferroviário.
Contudo, o Brasil conta com mais de 300 mil km de rodovias, sendo pouco mais de 30 mil km de ferrovias. Mesmo diante dos benefícios, o setor ferroviário ainda é negligenciado, especialmente devido aos altos custos para implementação.
Outra vantagem das ferrovias é que, com a substituição do transporte agrícola pelo sistema ferroviário, o avanço econômico seria de 30%, devido a maior capacidade dos trens.
Entretanto, um problema das ferrovias brasileiras é que a grande maioria foi construída com bitola métrica, ou seja, um método ultrapassado e menos seguro. Por isso, além de implementar novas rodovias, seria necessário reformar as já existentes.
Outro benefício do investimento em ferrovias é a economia de R$16 milhões em gastos com acidentes de trânsito, já que teríamos menos caminhões circulando pelas cidades, diminuindo o número de acidentes.
Por fim, outra vantagem do sistema ferroviário foi o ambiente. Hoje, o transporte ferroviário é responsável por 95% das emissões de CO2, enquanto o sistema ferroviário representa somente 5%.