Com o acordo, a empresa inicia estudos de viabilidade técnica e comercial para a construção de sua unidade fabril. O projeto inclui hidrogênio verde e conservação em amônia verde.
A AES Brasil, uma famosa geradora de energia renovável, assinou no dia de hoje (22/9) um pré-contrato com o Complexo Industrial Portuário de Pecém (CIPP) para começar os estudos de viabilidade para a produção de até 2 GW de hidrogênio verde a partir da eletrólise. A expectativa da empreitada é produzir 800 mil toneladas de amônia verde por ano. A companhia está interessada na exportação da produção, especialmente para países da Europa e Ásia. No início deste ano, a União Europeia lançou o REPowerEU, conhecido como o plano de independência do gás russo. O projeto prevê o consumo de 20 milhões de toneladas de hidrogênio no consumo de energia até meados de 2023, entretanto, metade desse volume será para importação.
O pré-contrato da AES é o próximo investimento ao Memorando de Entendimento, assinado em dezembro de 2021, que possui valores de investimentos estimados em até US$2 bilhões, somente nos cinco primeiros anos. Dessa forma, o acordo previa uma planta com capacidade inicial de 1 GW de energia renovável, além da produção de até 500 mil toneladas de amônia verde por ano. Em nota, o vice-presidente de Novas Soluções e Inovação da AES Internacional, Ítalo Freitas, afirma que o Brasil possui uma das melhores condições para a produção de hidrogênio verde, seja pela complementaridade de suas fontes ou por sua posição geográfica.
Desde o ano passado, diversos portos brasileiros vêm firmando os primeiros acordos para desenvolver hubs de hidrogênio verde, mas, para isso, é necessário que o mercado sofra uma regulamentação. Somente no Pecém, já são 22 memorando de entendimento firmando entre o porto, o governo de estado e algumas empresas como Qair, Linde, Aliance, TransHydrigen, Casa dos Ventos, Eren do Brasil, Fortescue Future Industries, Engie, EDP Renováveis e White Martins.
- Ceará fecha parceria bilionária com empresa chinesa para revolucionar a energia renovável no Brasil, apostando no hidrogênio verde com previsão de gerar quase 1 mil vagas de emprego
- Armazenamento de energia reinventado: o sistema BESS chega para mudar tudo! Saiba como ele supera os sistemas off-grid e oferece soluções incríveis
- Nova bateria ferro-ar é 10x mais barata que o lítio, dura 100 horas e pode revolucionar energia solar e eólica! Descubra como essa nova tecnologia vai transformar o futuro!
- Emendas bilionárias favorecem térmicas e ameaçam barateamento da energia eólica offshore no Brasil, colocando bilhões de reais em jogo e o futuro sustentável em xeque
Projetos da AES prevêem 1,3 milhão de toneladas de hidrogênio verde
Ao todo, os projetos superam os 8 GW em capacidade de eletrólise, o que garante a produção de 1,3 milhão de toneladas de hidrogênio verde por ano. Hoje, o pré-contrato com a AES é o segundo do HB da Pecém. Em junho deste ano, um contrato já havia sido assinado com a Fortescue Future Industries (FFI), subsidiária da Fortescue Metals Group, uma mineradora australiana. Dessa forma, o diretor global de Hidrogênio Verde da AES, Luis Sarrás, afirmou que é importante considerarmos o cenário de médio e longo prazos para a consolidação do hidrogênio e da amônia verdes, como possíveis energéticos competitivos no mercado.
O diretor acredita no potencial do Brasil para se tornar o líder global na produção e exportação, entretanto, para que isso aconteça, é preciso avançar com o marco legal. Segundo ele, é necessário que exista uma forte política pública, o que envolve diversos setores produtivos da economia, que devem ganhar forma para isso. Sendo assim, é essencial ter objetivos claros e coordenados, onde poderemos estabelecer metas realmente tangíveis a serem alcançadas.