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Ilha destruída, 60 km³ de cinzas, crise global e o ‘ano sem verão’: a maior erupção da história ainda inspirou obras como Frankenstein

Publicado em 18/06/2025 às 19:10
Vulcão, Erupção, Tambora
Imagem aérea do Monte Tambora – Domínio Público
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A maior erupção da história moderna causou tsunamis, fome, pandemias e até inspirou obras como Frankenstein em meio ao “ano sem verão”

Em abril de 1815, o mundo testemunhou um desastre natural de escala global. O Monte Tambora, um estratovulcão localizado na ilha de Sumbawa, na Indonésia, entrou em erupção com uma força devastadora. Durante séculos adormecido, o vulcão explodiu de forma repentina e intensa, causando destruição imediata e consequências duradouras em várias partes do planeta.

A explosão foi tão violenta que o Monte Tambora perdeu mais de 1.200 metros de altura, colapsando em uma caldeira de seis quilômetros de largura.

A erupção destruiu completamente vilarejos próximos e provocou tsunamis que ampliaram o rastro de destruição. Estima-se que cerca de 10 mil pessoas tenham morrido apenas na ilha de Sumbawa.

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No dia 5 de abril, uma primeira explosão lançou uma coluna de cinzas a 29 quilômetros acima do nível do mar. Lava começou a escorrer pelas encostas do vulcão. Nos dias seguintes, detonações foram ouvidas a centenas de quilômetros.

A noite de 10 de abril marcou o ápice da tragédia. As erupções se intensificaram, vilas inteiras como Saugur e Tambora foram incineradas. Mais 10 mil pessoas morreram nesse momento.

O impacto não se limitou à Indonésia. A erupção lançou cerca de 60 quilômetros cúbicos de cinzas e gases na atmosfera. Essas partículas bloquearam a luz solar, alterando o clima global e provocando um fenômeno inusitado: o “ano sem verão”.

O ano sem verão

Em 1816, o verão desapareceu, especialmente no Hemisfério Norte. As temperaturas caíram, os céus ficaram nublados por meses e o clima instável afetou a produção agrícola em vários continentes.

Na Europa, colheitas inteiras foram perdidas, e a fome se espalhou. A Irlanda enfrentou um surto de tifo e escassez de alimentos que causou cerca de 40 mil mortes.

Nos Estados Unidos, o solo permaneceu congelado mesmo durante o verão, prejudicando as plantações e elevando os preços dos alimentos. Muitos agricultores decidiram migrar para o oeste do país em busca de terras mais produtivas.

Essa instabilidade econômica resultou na primeira grande depressão americana, conhecida como “Pânico de 1819”.

Na Ásia, os efeitos também foram sentidos. Alterações no clima na Baía de Bengala favoreceram mutações na bactéria da cólera, originando uma pandemia que durou até 1823.

Na província chinesa de Yunnan, o frio intenso e as inundações causaram fome prolongada. A população local passou a cultivar papoula, iniciando a participação da região na produção de ópio.

Impacto na cultura

Apesar da tragédia, a erupção também teve reflexos culturais. A escassez de aveia encareceu o uso de cavalos. Isso incentivou o engenheiro Karl Drais a desenvolver a bicicleta como meio alternativo de transporte.

Na Europa, o verão escuro inspirou escritores e artistas. Mary Shelley criou o romance “Frankenstein”, e Lord Byron escreveu o poema “Darkness”, durante uma viagem chuvosa às margens do Lago Genebra.

Na China, o escritor Li Yuyang reviveu a poesia das sete dores, expressando sofrimento e injustiças da época. Pintores como J. M. W. Turner e Caspar David Friedrich registraram os céus sombrios causados pelas cinzas, com tons amarelados e nublados.

O desastre do Tambora não foi apenas um desastre natural. Seus efeitos mudaram o clima, influenciaram a economia, provocaram pandemias e deixaram marcas profundas na cultura global.

Com informações de Aventuras na História.

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Romário Pereira de Carvalho

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