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A invenção da Microsoft que deveria revolucionar o mercado, mas gerou um prejuízo de US$ 5 bilhões, tornou-se um enorme fracasso

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 15/10/2024 às 12:55
Microsoft
Foto: Reprodução

US$ 5 bilhões perdidos em um projeto fracassado! Veja como uma invenção da Microsoft, que tinha tudo para ser revolucionária, se transformou em um dos maiores desastres financeiros da empresa!

A trajetória da Microsoft com a realidade mista e o projeto HoloLens, inicialmente promissor, está enfrentando grandes dificuldades. Mesmo sendo uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, a Microsoft perdeu bilhões de dólares no desenvolvimento dessa tecnologia e agora encara um futuro incerto para o seu contrato militar com o IVAS (Integrated Visual Augmentation System).

A decisão recente de descontinuar a produção do HoloLens 2 e encerrar o suporte ao dispositivo levantou sérias questões sobre o futuro desse segmento para a empresa.

A redução na equipe de desenvolvimento do IVAS e a falta de grandes inovações no projeto só alimentam ainda mais os rumores de que a Microsoft pode estar se afastando de sua parceria militar com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

A reportagem da Business Insider apontou que fontes internas da Microsoft afirmam que o prejuízo acumulado pelo HoloLens ultrapassa a marca de 5 bilhões de dólares, colocando em dúvida a viabilidade de novos investimentos.

Para uma empresa com o porte da Microsoft, esse número é alarmante, especialmente em um cenário onde outras empresas de tecnologia estão mudando seu foco para novas oportunidades, como a inteligência artificial.

O início promissor do HoloLens e o declínio

O HoloLens foi lançado em 2015 com grandes promessas. A Microsoft destacou o produto como uma revolução na realidade mista, permitindo que informações digitais fossem integradas ao ambiente físico de forma inédita. A ideia era transformar o HoloLens em uma ferramenta essencial para grandes organizações e setores específicos, como manutenção técnica e treinamento.

No entanto, conforme os anos passaram, o HoloLens enfrentou as mesmas dificuldades que projetos semelhantes, como o Google Glass. Embora a Microsoft tenha se esforçado para garantir que o produto fosse visto como uma ferramenta de alto nível para empresas, o público-alvo não abraçou a tecnologia da maneira esperada. O fracasso em transformar o HoloLens em um produto amplamente adotado começou a pesar nos cofres da empresa.

Em 2022, a situação ficou ainda mais complicada quando a Microsoft cancelou o desenvolvimento da terceira versão do HoloLens. A empresa começou a redirecionar seus recursos para áreas mais lucrativas e promissoras, como a inteligência artificial.

Desafios do contrato militar com o IVAS

Foto: us army

O contrato da Microsoft com o Exército dos EUA para o desenvolvimento do IVAS parecia ser um grande trunfo para a empresa. Avaliado em até 22 bilhões de dólares ao longo de 10 anos, o projeto IVAS visava utilizar a tecnologia do HoloLens para criar óculos de realidade mista para uso militar, ajudando soldados em missões no campo de batalha.

Porém, o projeto logo enfrentou uma série de problemas. Atrasos no desenvolvimento e críticas sobre a qualidade e o desempenho dos óculos levantaram preocupações. Um relatório do Exército, após testes realizados em 2022, destacou que as luzes emitidas pelos dispositivos poderiam revelar a localização dos soldados aos inimigos, colocando suas vidas em risco.

Com a Microsoft falhando em entregar uma solução satisfatória, o governo militar começou a financiar apenas melhorias pontuais no dispositivo. Esse movimento foi visto por muitos especialistas como um sinal de que a participação da Microsoft no projeto IVAS pode estar com os dias contados.

Em setembro de 2024, a Microsoft convidou a Anduril, uma startup de defesa, para colaborar no contrato IVAS. A Anduril, conhecida por seu software Lattice, passou a integrar sua tecnologia à plataforma existente do IVAS, levantando especulações sobre a possibilidade de que a startup possa substituir a Microsoft como fornecedora principal do projeto.

Mudança de foco da Microsoft para IA e novas oportunidades

Com o HoloLens perdendo força e o contrato do IVAS cada vez mais incerto, a Microsoft está redirecionando seu foco para outras áreas, especialmente a inteligência artificial. Em meio a essas mudanças, a empresa reduziu sua linha de hardware, incluindo a linha Surface, e cancelou o desenvolvimento de novos fones de ouvido. Panos Panay, um dos principais responsáveis pelo hardware da empresa, deixou a Microsoft em 2023, reforçando ainda mais a mudança de prioridades.

Agora, a Microsoft está investindo massivamente em inteligência artificial generativa e tecnologias relacionadas. A empresa planeja investir cerca de 100 bilhões de dólares em GPUs e centros de dados até 2027, com a meta de acumular 1,8 milhão de chips de IA até o final de 2024. Esse foco em IA pode oferecer à Microsoft novas oportunidades de crescimento, afastando-a dos desafios que encontrou no campo da realidade mista.

O futuro do mercado de realidade mista

Enquanto a Microsoft parece estar se afastando da realidade mista, outras gigantes da tecnologia, como Meta e Apple, estão apostando pesado nessa área. A Meta, por exemplo, investiu bilhões de dólares em seu Reality Labs, que inclui óculos de realidade aumentada e virtual, apesar de ter registrado um prejuízo operacional de 4,48 bilhões de dólares no último trimestre.

A Apple, por outro lado, continua a desenvolver seu headset Vision Pro, que pode culminar no lançamento de seus próprios óculos inteligentes no futuro próximo. Essas empresas ainda enxergam potencial na realidade mista, mas o caminho para o sucesso nesse mercado tem se mostrado desafiador.

Conclusão

A trajetória da Microsoft com o HoloLens e o contrato militar do IVAS é um exemplo claro dos desafios que grandes empresas enfrentam ao tentar inovar em áreas emergentes. O fracasso do HoloLens custou bilhões de dólares à empresa, e o futuro de sua parceria com o Departamento de Defesa dos EUA está em risco.

Diante desses desafios, a Microsoft decidiu redirecionar seus esforços para a inteligência artificial, uma área com potencial de crescimento significativo nos próximos anos. O mercado de realidade mista, embora promissor, ainda tem um longo caminho pela frente, e a decisão da Microsoft de diminuir seu envolvimento pode ser um reflexo das dificuldades enfrentadas por essa tecnologia.

A transição da Microsoft de realidade mista para inteligência artificial destaca sua capacidade de se adaptar a novas oportunidades, mas também serve como um lembrete de que até as maiores empresas podem encontrar dificuldades ao tentar dominar mercados emergentes.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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