Conheça a história de Aoshima, a ilha dos gatos onde a população de felinos e humanos, que já chegou à proporção de 36 para 1, caminha para um fim inevitável
No sul do Japão, uma pequena ilha chamada Aoshima se tornou um fenômeno mundial. Conhecida como a ilha dos gatos, ela ganhou fama na internet por ter uma população de felinos que superava a de humanos em mais de 30 vezes. A imagem de um paraíso para os amantes de gatos, no entanto, escondia uma realidade de abandono, crise e uma história de declínio que agora chega ao seu capítulo final.
A história de Aoshima é um reflexo do despovoamento rural do Japão. O que antes foi uma próspera comunidade de pescadores, hoje é o lar de apenas quatro pessoas idosas e dezenas de gatos envelhecidos. Uma intervenção humana, feita em 2018 para controlar a população felina de forma compassiva, selou o destino da ilha, que caminha para se tornar um local desabitado.
Como tudo começou? De vila de pescadores a uma comunidade de 900 pessoas
A história de Aoshima como um lugar habitado começou em 1639, quando famílias de pescadores se estabeleceram na ilha. A comunidade prosperou por séculos com base na pesca da sardinha. O auge de sua vitalidade foi em 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando a ilha atingiu seu pico populacional, com cerca de 900 habitantes.
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Nessa época, a ilha era autossuficiente e chegou a ter uma escola primária, que só fechou as portas em 1979, um sinal do declínio que já estava em andamento. A economia vibrante sustentava a vida na pequena porção de terra no mar interior de Seto.
O início do reinado felino e o declínio humano
A chegada dos gatos à ilha, na década de 1940, teve um propósito puramente prático. Os pescadores os trouxeram para controlar a infestação de ratos que danificavam seus barcos e redes de pesca. Com o tempo, o principal pilar econômico da ilha, a pesca da sardinha, entrou em colapso. Sem oportunidades, os jovens começaram a deixar Aoshima em busca de trabalho nas cidades grandes.
Enquanto a população humana diminuía drasticamente, a de gatos explodia. Deixados para trás e sem predadores naturais na ilha, os felinos se reproduziram sem controle. Em 2013, já havia mais de 120 gatos para apenas 50 residentes. A proporção continuou a aumentar drasticamente, chegando ao pico estimado de 36 gatos para cada ser humano.
A difícil decisão de 2018 que selou o destino da ilha dos gatos
A fama global da ilha dos gatos trouxe turistas, mas não resolveu o problema fundamental. Pelo contrário, a situação se tornou uma crise de sustentabilidade. Em 2018, a população humana era de apenas 13 pessoas, com idade média superior a 75 anos, responsáveis por cuidar de mais de 200 gatos famintos e com problemas de saúde.
Diante do colapso iminente, os próprios moradores tomaram uma decisão histórica e humana. Em vez de um extermínio, eles optaram por um programa de esterilização em massa. Em outubro de 2018, uma equipe de voluntários e veterinários da fundação Dobutsu Kikin desembarcou na ilha e, em uma operação de dois dias, esterilizou e vacinou 210 gatos. A medida não visava eliminar os animais, mas permitir que a população existente vivesse seus dias e diminuísse naturalmente, sem o sofrimento de novas ninhadas.
O crepúsculo de Aoshima, como está a ilha hoje?
A intervenção de 2018 marcou o início do fim. Hoje, Aoshima é um lugar que envelhece em silêncio. Segundo os dados mais recentes, de dezembro de 2024, restam apenas quatro residentes humanos na ilha e cerca de 80 gatos. Como não nascem novos filhotes desde 2018, todos os animais têm mais de sete anos e muitos sofrem com problemas de saúde crônicos, reflexo de décadas de consanguinidade.
O futuro parece selado. A balsa, única conexão com o continente, opera para servir os moradores. Quando os últimos residentes deixarem a ilha ou falecerem, o serviço será descontinuado. Sem a balsa, não haverá mais turistas, doações de comida ou cuidados. A ilha dos gatos se tornará desabitada, e sua incrível história restará apenas como uma memória na internet.
TEM QUE CONTINUAR CUIDANDO DOS ANIMAIS.
SEJA… NA ILHA OU EM ONGS.
OS ANIMAIS SÃO SERES INOCENTES E INDEFESOS QUE MERECEM VIVER LIVRES E EM PAZ.
NÃO TEM NADA À VER COM DECISÃO DE HUMANOS.
É MALTRATOS SE FOR ABANDONADOS.
T
Incrível, triste e revoltante história! Ou seja, quando o último humano partir, os gatos que restarem serão completamente esquecidos…!😢💔 Pra variar, humanos fazendo maldades!😡